1. Introdução
Os novos projetos e edificações devem considerar os princípios da sustentabilidade. A construção de edifícios, para diversos fins, assim como de obras de infraestrutura, consomem energia desde a extração da matéria-prima à demolição do mesmo. Entre os mais evidentes e graves impactos socioambientais produzidos por edificações devido à sua intensa transformação do meio natural, encontram-se a contaminação e a formação de um clima urbano específico e, como conseqüência, a perda da qualidade de vida dos habitantes da cidade.
O cuidado com a orientação quanto à insolação, o bom aproveitamento de recursos como ventilação natural e o sombreamento de fachadas, assim como a especificação criteriosa de materiais são algumas das soluções que, quando inseridas dentro de um contexto global de um projeto, podem contribuir para garantir boas condições de climatização a um edifício. Prover conforto térmico ao usuário para que ele possa desempenhar plenamente suas atividades é uma condição inerente à boa arquitetura, independente do tipo de construção ou do local onde se situa. Hoje, no entanto, a necessidade crescente de reduzir o consumo de energia nas edificações acrescentou mais um desafio a ser superado para o pleno atendimento dessa demanda.
Histórico
Quando o ser humano ainda era nômade e caçava um rio podia representar desafios, às vezes, uma ameaça para aqueles que decidiam atravessá-lo, mas também eram lugares mais férteis, onde o alimento abundava. Uma caverna poderia esconder animais perigosos aos seres humanos, mas eram excelentes abrigos contra temporais e nevascas.e coletava apenas aquilo que era necessário para sobreviver e reproduzir, os espaços naturais serviram de refúgio servindo de sustento e proteção.
Quando começou a se fixar no território e cultivar, o ser humano sentiu a necessidade de criar o teto que lhe protegesse das intempéries. Com o desenvolvimento das técnicas, os elementos e recursos naturais de cada lugar foram absorvidos na medida mais eficaz para o abrigo.
Na Babilônia foi desenvolvido o mais antigo conjunto de leis que se tem notícia. Os códigos de Hamurabi, como são conhecidos, permitem reconstituirmos como eram os costumes na época e algumas dessas leis descrevem severas punições aqueles que prejudicassem o sistema de captação e distribuição de água.
No antigo Egito, as construções mantinham a distância necessária do rio Nilo, sabendo que seu regime possuía períodos de cheia e vazão bem definidas, aproveitavam o fundo das construções para o plantio, pois o rio quando enchia trazia nutrientes e quando vazava servia para fertilizar o solo para a agricultura.
Os Iglus, bem como as edificações mais primitivas, são uma forma bem interessante de demonstrar o aproveitamento do meio a favor do abrigo. Mesmo com as condições extremas de baixa temperatura, este abrigo de gelo se mostra extremamente eficaz.



Os moinhos também são ótimos exemplos de como as construções podem usufruir da natureza sustentavelmente. Tanto os de vento quanto os de água têm a função de utilizar uma força natural para moerem cereais e grãos. Na Holanda, por sua vez, os moinhos de vento foram utilizados para bombear a água da chuva para o mar, evitando que as terras alagassem.
Em 1973, os países exportadores de petróleo elevaram consideravelmente os preços do produto, pondo assim em xeque os padrões de consumo da maioria dos costumes ocidentais. Surgem debates sobre novas opções a serem alcançadas devido à enorme preocupação sobre a dependência desta commodity.
O mundo observava e preparava-se para repensar os modelos econômicos, padrões de consumo, estilo e modo de vida levados até então. Percebeu-se que a grande maioria da energia gerada era consumida nas cidades, que abasteciam suas edificações de uma forma voraz.
O relatório Brundtland em 1987, berço do conceito de desenvolvimento sustentável, lançou as bases de novos paradigmas para a humanidade. Para as construções, as discussões sobre eficiência energética abriram novos horizontes para uma arquitetura mais ponderável e ambientalmente mais correta.
Seguiu-se, nos anos e décadas que se passaram, a necessidade de se repensar não somente questões energéticas de um edifício, mas padrões adequados de consumo de água, resíduos, climatização, e hoje a bola da vez são as emissões de carbono.
Conceitos e LEED
Em 1987, com o relatório Brundtland (O Nosso futuro comum) foi concebido o conceito de desenvolvimento sustentável que prega uma interação do homem com o meio, utilizando os elementos e recursos naturais disponíveis, preservando o planeta para as gerações futuras, baseado nas soluções socialmente justas, economicamente viáveis e ecologicamente corretas.
“Utilizar os recursos disponíveis no presente sem esgotá-los e comprometer o meio ambiente das gerações futuras” (Relatório Bruntland – 1987)
Algumas diretrizes a considerar para uma construção sustentável.
· Pensar em longo prazo o planejamento da obra
· Eficiência energética
· Uso adequado da água e reaproveitamento
· Uso de técnicas passivas das condições e dos recursos naturais
· Uso de materiais e técnicas ambientalmente corretas
· Gestão dos resíduos sólidos. Reciclar, reutilizar e reduzir
· Conforto e qualidade interna dos ambientes
· Permeabilidade do solo
· Integrar transporte de massa e ou alternativos ao contexto do projeto.
Mas é importante ressaltar que não existe um molde fixo de edifício sustentável devido ao grande numero de diretrizes que podem ser avaliadas. É necessário analisar como o edifício interage com o meio em que está incluso. Como há diferentes climas, regiões e meios com varias características diferentes, então há varias possibilidades de construções sustentáveis.
Um edifício que pode ser considerável sustentável em uma metrópole em uma região temperada pode não ter o mesmo efeito se ele for inserido em uma região pouco habitada com clima seco ou com regiões que tem baixas temperaturas.
A partir desses conceitos a consultora USGBC(U. S. Green Building Council) criou o LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) que é uma certificação para edifícios sustentáveis. O seu principal objetivo é a incorporação de técnicas e ações benéficas ao ambiente socioambiental. A avaliação é apenas feitas após a conclusão dos edificios
No Brasil esse certificado foi implantado pela ONG GBC Brasil (Green Building Council Brasil) desde 2008 que é responsável pela adaptação, incorporação dos critérios para a realidade brasileira e avaliação das necessidades de cada edifício.
As classificações variam entre:
· Certificado: 26-32 pontos
· Prata: 33-38 pontos
· Ouro: 39-51 pontos
· Platina: 52-69 pontos
As pontuações do LEED são divididas nos seguintes grupos:
· Sustentabilidade da localização
· Eficiência no uso da água
· Eficiência energética e os cuidados com as emissões para a atmosfera.
· Materials & Resources – otimização dos materiais e recursos naturais a serem utilizados na construção e operação da edificação.
· Qualidade dos ambientes internos da edificação
· Inovações empregadas no projeto da edificação
Técnicas em edificações sustentáveis
Algumas técnicas são empregadas nas edificações sustentáveis visando melhorar o desempenho dos edifícios, a fim de melhorar a eficiência energia e reduzir a emissão de resíduos ao ambiente, dentre elas podemos citar:
· Implantação de sensores de presença e luminosidade:
A implantação desse recurso visa impedir que lâmpadas fiquem acesas em ambientes que estejam recebem iluminação natural, ou em ambientes em que não ajam movimento.
· Energia solar:
A energia solar pode ser aproveitada através de células fotovoltaicas para a alimentação de alguns sistemas dos edifícios. Outro emprego proveitoso dessa forma de energia é o aquecimento da água, que armazenada em um boiler pode ser usada em conjunto com água fria, para um melhor conforto de temperatura.
· Captação de água de chuvas e água cinzenta:
A água cinzenta é aquela proveniente de máquinas de lavar, pias e chuveiros. Essa água pode ser utilizada para a irrigação de áreas verdes.
A água proveniente das chuvas pode ser armazena para realizar a limpeza de áreas externas e irrigação de jardins.
· Coberturas verdes:
· Revestimento especial:
Revestir a construção com matérias isolantes térmicos auxiliam no controle térmico dentro das edificações, o que diminui o consumo energético.
Referências
ALMEIDA, H. S. Análise do conforto térmico de edifícios utilizando as abordagens
analítica e adaptativa. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Institudo Superior
Técnico – Universidade de Lisboa. Lisboa, 2010.
ARANTES, B. Análise do conforto térmico e lumínico de uma oficina mecânica.
Monografia (Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho) – Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Bauru, 2011.
BEYER, P. O. Green building certification – a core & shell case. 13th Brazilian Congress of
CARVALHO, N. C. de; GUIMARÃES, M. G. e CASTILLO, L. A. G. Desenvolvimento de
alternativas sustentáveis para habitação de baixa renda. 8° Congresso Brasileiro dev
Pesquisa e Desenvolvimento em Design. São Paulo, 2008.
ambiente.hsw.uol.com.br/construcoes-ecologicas.htm(Acessado às 12h de 11/12/2011)
Zedfactory.com
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Paulo Estevam da Silva Martins Duarte - 10/29762
Paulo,
ResponderExcluirO artigo precisa de alguns melhoramentos na formatação. Peço a gentileza de adequar.
Sds,